Solução para o lixo espacial pode vir da Guerra Fria

Segundo cientistas, este sistema pode identificar sons gerados por detritos espaciais que possam cair na Terra

Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock

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Diversos cientistas apontam que o lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental. Atualmente, a órbita da Terra está repleta de 130 milhões de fragmentos de detritos espaciais maiores que um milímetro.

Um dos efeitos deste acúmulo é a maior chance de queda deles no nosso planeta, o que geralmente ocorre em áreas mais remotas e não monitoradas. Mas uma tecnologia criada durante a Guerra Fria pode acabar servindo para combater este problema.

Tecnologia antiga pode identificar queda de detritos

  • De acordo com pesquisadores do Sandia National Laboratories, sensores de infrassom originalmente construídos para detectar explosões nucleares durante o período de grande tensão entre Estados Unidos e a União Soviética podem ser usados para rastrear os ângulos de entrada atmosférica.
  • Atualmente, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares gerencia esses detectores.
  • Com sensibilidade incrivelmente alta, esses dispositivos podem captar sons fracos de grandes distâncias.
  • Em outras palavras, eles podem identificar sons gerados por grandes rochas espaciais ou satélites inativos à medida que se separam e atravessam a atmosfera da Terra.
  • A grande vantagem é que esta rede global oferece monitoramento ininterrupto 24 horas por dia, 7 dias por semana, em todo o planeta, sem ser afetado pelas condições climáticas.
  • Os cientistas afirmam que saber a trajetória da queda do lixo espacial é importante para minimizar possíveis impactos.
  • As informações são do portal Interesting Engineering.
Sistema poderia identificar detritos que estão caindo na Terra (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

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Possíveis efeitos do acúmulo do lixo espacial

A previsão é que cerca 100 mil espaçonaves possam circundar a Terra até o final desta década. A maioria desses satélites pertencerá a um dos projetos de megaconstelação, como o Starlink, da SpaceX, que estão atualmente planejados ou sendo implantados. Já a quantidade de lixo espacial queimando na atmosfera anualmente deve atingir mais de 3.300 toneladas.

A maioria dos foguetes em uso hoje funciona com combustíveis fósseis e libera fuligem, que absorve calor e pode aumentar as temperaturas nos níveis superiores da atmosfera da Terra. A incineração atmosférica de satélites produz óxidos de alumínio, que também podem alterar o equilíbrio térmico do planeta.

Lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental (Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock)

Ambos os tipos de emissões também têm o potencial de destruir o ozônio, o gás protetor que impede que a perigosa radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície da Terra. E também podem produzir anomalias significativas de temperatura na estratosfera. Outro efeito deste manto de cinzas metálicas que está se formando na estratosfera como resultado das reentradas dos satélites pode ser a interferência no campo magnético da Terra.

Estas poeiras podem enfraquecer o campo magnético, possivelmente permitindo que uma radiação cósmica mais prejudicial atinja a superfície do planeta. Quanto maior a altitude das partículas de poluição do ar, mais tempo elas permanecerão na atmosfera e mais tempo terão para causar estragos. E o tamanho destas consequências ainda é algo desconhecido.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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