A estranha relação entre Parkinson e campos de golfe

Morar perto de um campo de golfe pode aumentar seu risco de ter Parkinson em até três vezes, segundo estudo

(Imagem: Mr.Somchai Sukkasem/Shutterstock)

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Você mora perto de um campo de golfe? De acordo com pesquisadores dos EUA, isso pode aumentar seus riscos de desenvolver Parkinson. Em um estudo publicado no JAMA Network Open, a equipe revela que morar de 1,6 a 3,2km de distância de campos de golfe pode triplicar as chances de ter a doença.

Entenda:

  • Morar perto de campos de golfe pode aumentar suas chances de desenvolver Parkinson, aponta um estudo;
  • De acordo com os autores, quem mora de 1,6 a 3,2km de distância dos campos corre três vezes mais risco de ter a doença;
  • Isso acontece porque os pesticidas usados nesses locais podem acabar contaminando as águas subterrâneas distribuídas à população.
Uso de pesticidas em campos de golfe aumenta risco de doença de Parkinson. (Imagem: Virrage Images/Shutterstock)

O maior culpado é a contaminação de águas subterrâneas. De acordo com os cientistas, os campos de golfe nos EUA são tratados com até 15 vezes mais pesticidas do que na Europa, por exemplo, aumentando o risco de contaminação ambiental e dos serviços de água.

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Morar perto de campos de golfe aumenta riscos de Parkinson

No estudo, a equipe analisou 419 casos de Parkinson e um grupo de controle com 5.113 participantes. Os cientistas usaram os endereços dos pacientes com a doença para determinar campos de golfe próximos, e também reuniram dados sobre possíveis serviços de água nessas áreas e fatores como textura do solo, profundidade do leito rochoso e geologia cárstica (corrosão de rochas).

Morar perto de campos de golfe traz alto risco de desenvolver Parkinson, segundo estudo. (Imagem: SpeedKingz/Shutterstock)

Os autores descobriram que, a uma distância de 1,6 a 3,2km de distância dos campos de golfe, há uma probabilidade 198% maior de desenvolver a doença de Parkinson. Já para quem mora de 3,2 a 4,8km, o risco é de 121%. Acima de 4,8km de distância, a taxa já começa a diminuir cerca de 13%.

Estudo de Parkinson traz alerta importante

Os resultados do estudo aumentam a preocupação com o impacto dos pesticidas e revelam sua possível relação com doenças neurodegenerativas. Como a equipe destaca, é essencial adotar práticas para reduzir o risco de desenvolvimento da doença de Parkinson nas áreas afetadas, como avaliar a contaminação das águas e implementar medidas em áreas com vulnerabilidades semelhantes.

Ana Julia Pilato

Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é colaboradora do Olhar Digital

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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