Pesquisadores descobriram um novo – e bizarro – predador de 506 milhões de anos no Canadá. A criatura pertencia ao extinto grupo dos Radiodontes e recebeu o nome de Mosura fentoni, conforme descrito em um artigo publicado recentemente na revista Royal Society Open Science.
Entenda:
- Cientistas descobriram um predador bizarro de 506 milhões de anos no Canadá;
- Chamada de Mosura fentoni, a criatura tinha três olhos, garras, boca circular cheia de dentes, nadadeiras nas laterais do corpo e segmentos com brânquias na extremidade posterior do corpo;
- A escolha do nome foi feita com base no kaiju Mothra, uma mariposa gigante fictícia japonesa;
- O sistema circulatório “aberto” do predador ajuda a confirmar sua origem antiga.

Apesar do tamanho pequeno (aproximadamente um dedo indicador), o M. fentoni tinha uma aparência totalmente intimidadora: três olhos, garras espinhosas, boca circular cheia de dentes e uma fileira de nadadeiras nas laterais do corpo. Além disso, também possuía “16 segmentos compactos, revestidos por brânquias na extremidade posterior do corpo” – característica não observada em nenhum outro membro dos Radiodontes, explica Joe Moysiuk, líder do estudo, em comunicado.
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Predador bizarro parecia uma mariposa
A escolha do nome científico do M. fentoni veio em referência ao kaiju japonês Mothra, uma mariposa gigante fictícia. Não à toa, o predador até foi apelidado de “mariposa-do-mar” por conta de sua aparência.
“Os radiodontes foram o primeiro grupo de artrópodes a se ramificar na árvore evolutiva, fornecendo informações importantes sobre as características ancestrais de todo o grupo. A nova espécie enfatiza que esses primeiros artrópodes já eram surpreendentemente diversos e se adaptavam de forma comparável aos seus parentes modernos distantes”, diz Jean-Bernard Caron, coautor do estudo.

Sistema circulatório confirma origem antiga do predador
A equipe explica que, em vez de artérias e veias, o sistema circulatório do predador era “aberto” e composto por cavidades abertas (chamadas lacunas) que recebiam sangue do coração.
“As lacunas bem preservadas do sistema circulatório do Mosura nos ajudam a interpretar características semelhantes, porém menos claras, que já vimos em outros fósseis. Sua identidade tem sido controversa. A preservação dessas estruturas é generalizada, confirmando a origem antiga desse tipo de sistema circulatório”, completa Moysiuk.