Um estudo realizado por médicos do Hospital Universitário Karolinska, na Suécia, indica que o uso de injeções para perda de peso, como liraglutida (Saxenda), pode ser eficaz no tratamento da obesidade infantil quando combinado com mudanças no estilo de vida, como informa o The Guardian.
A pesquisa analisou dados de mil crianças com menos de 16 anos atendidas no Centro Nacional de Obesidade Infantil em Estocolmo. Cerca de 25% delas receberam liraglutida em 2023, além de seguirem um programa de alimentação saudável e atividade física.
Como resultado, quase um terço dessas crianças apresentou perda de peso suficiente para melhorar a saúde — um índice levemente superior ao de grupos tratados apenas com mudanças de comportamento.
A semaglutida (Wegovy), uma versão mais recente e potente do medicamento, começou a ser usada em 2024, mas os dados sobre sua eficácia ainda não foram divulgados.
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Menos brigas na hora do jantar
Segundo a Dra. Annika Janson, principal autora do estudo, os benefícios das injeções vão além do controle da fome. Famílias relataram menos conflitos durante as refeições e maior facilidade para adotar hábitos saudáveis. “Para muitas crianças, deixar de sentir fome constante foi algo inédito”, afirmou.

Tecnologia reforça tratamento: balanças digitais e monitoramento remoto
- O NHS England lançou uma iniciativa com “balanças inteligentes” que permitem acompanhar o peso das crianças remotamente.
- O equipamento se conecta a um aplicativo, esconde o número exato do peso e envia os dados diretamente para a equipe médica.
- As famílias recebem apenas tendências gerais e mensagens de incentivo.
- Mais de 350 famílias já utilizam a tecnologia em 15 clínicas, e outras quatro unidades devem ser incluídas em breve.
- Segundo o Prof. Simon Kenny, diretor clínico nacional do NHS para crianças, o recurso permite um acompanhamento próximo sem a necessidade de deslocamentos frequentes.
Especialistas acreditam que a tecnologia pode ajudar a reforçar hábitos saudáveis sem causar ansiedade em crianças ou pais.
Para Tam Fry, do Fórum Nacional de Obesidade, esse tipo de abordagem pode ser uma solução equilibrada: “Às vezes, um empurrãozinho gentil e vigilância constante são mais eficazes do que medidas drásticas”.
