Um aplicativo desenvolvido por uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) se mostrou eficaz para avaliar o equilíbrio corporal em idosos. A ferramenta, criada por Paola Janeiro Valenciano, usa um protocolo chamado Equidyn.
A inovação, que pode permitir a adoção de medidas que melhoram a qualidade de vida e até mesmo identificar algumas doenças de forma precoce, foi analisada em dois estudos. A medição ocorre a partir da aceleração do tronco dos usuários.
Como funciona o aplicativo
- Segundo o Jornal da USP, o protocolo Equidyn é um método de avaliação do equilíbrio dinâmico, desenvolvido para ser aplicado por meio de um aplicativo de smartphone que utiliza a acelerometria do tronco.
- Ele consiste em sete tarefas, que incluem postura unipodal estática, oscilações da perna nas direções anteroposterior e mediolateral, além de um exercício de sentar e levantar com apoio bipedal.
- Todas as atividades são realizadas com base de suporte reduzida e movimentos padronizados.
- A avaliação é conduzida por um metrônomo digital ajustado para 1 Hz, e marcadores no chão são usados para uniformizar os movimentos entre os participantes.
- Cada tarefa é repetida três vezes, com duração de 15 segundos cada, totalizando cerca de 20 minutos para a realização do teste.

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Estudos avaliaram eficácia da tecnologia
A partir do uso do app, um estudo analisou 52 participantes com idades entre 60 e 80 anos. Eles foram submetidos a tarefas que envolviam movimentos com base de apoio reduzida e um exercício cíclico de sentar e levantar.
Os resultados mostraram que o protocolo é válido e sensível para avaliar o equilíbrio em idosos. Além disso, por utilizar um aplicativo de celular, os pesquisadores afirmaram que o método se mostra uma alternativa acessível para contextos clínicos e laboratoriais.

Já um segundo trabalho investigou se idosos fisicamente ativos apresentam assimetrias no controle de equilíbrio ao se manterem em apoio unipodal, tanto em postura estática quanto em tarefas dinâmicas com oscilações rítmicas da perna livre. Foram 52 participantes com idades entre 61 e 80 anos, e sem histórico de quedas.
Os resultados surpreenderam, pois, ao contrário da hipótese inicial de que o envelhecimento aumentaria as assimetrias entre as pernas, não foram encontradas diferenças significativas entre elas. Além disso, observou-se uma forte correlação entre o desempenho das duas pernas em todas as tarefas, indicando que o controle de equilíbrio unipodal é simétrico e fortemente associado entre os membros inferiores.