Pressão de Musk? Trump vai interromper pesquisa sobre lixo espacial

Casa Branca analisa encerrar apoio ao escritório de pesquisa atmosférica da NOAA, que estuda os impactos da poluição espacial

Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock

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Nos últimos 15 anos, o número de foguetes lançados por ano quase triplicou, enquanto o número de satélites orbitando o planeta duplicou. Um cenário que resulta no aumento preocupante na quantidade de lixo espacial.

Diversas pesquisas estão sendo realizadas para quantificar os efeitos disso para o meio ambiente. No entanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, analisa acabar com a pesquisa federal sobre a poluição espacial. Uma decisão que pode beneficiar o aliado Elon Musk.

Possíveis efeitos do acúmulo do lixo espacial

A previsão é que cerca 100 mil espaçonaves possam circundar a Terra até o final desta década. A maioria desses satélites pertencerá a um dos projetos de megaconstelação, como o Starlink, da SpaceX, que estão atualmente planejados ou sendo implantados. Já a quantidade de lixo espacial queimando na atmosfera anualmente deve atingir mais de 3.300 toneladas.

A maioria dos foguetes em uso hoje funciona com combustíveis fósseis e libera fuligem, que absorve calor e pode aumentar as temperaturas nos níveis superiores da atmosfera da Terra. A incineração atmosférica de satélites produz óxidos de alumínio, que também podem alterar o equilíbrio térmico do planeta.

Logo da SpaceX na fachada de um prédio
SpaceX poderia ampliar número de satélites sem preocupações ambientais (Imagem: Sven Piper/iStock)

Ambos os tipos de emissões também têm o potencial de destruir o ozônio, o gás protetor que impede que a perigosa radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície da Terra. E também podem produzir anomalias significativas de temperatura na estratosfera. Outro efeito deste manto de cinzas metálicas que está se formando na estratosfera como resultado das reentradas dos satélites pode ser a interferência no campo magnético da Terra.

Estas poeiras podem enfraquecer o campo magnético, possivelmente permitindo que uma radiação cósmica mais prejudicial atinja a superfície do planeta. Quanto maior a altitude das partículas de poluição do ar, mais tempo elas permanecerão na atmosfera e mais tempo terão para causar estragos. E o tamanho destas consequências ainda é algo desconhecido.

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Ao fundo, fotos de ELon Musk (direita) e Donald Trump (esquerda); à frente, parte da bandeira dos EUA tremulando na tela de um smartphone
Musk é um dos principais aliados do presidente Trump (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Medida de Trump beneficiaria Musk

  • Um dos principais desafios para solucionar este problema espacial é a falta de uma regulamentação clara sobre o tema.
  • Mesmo assim, entidades como o escritório de pesquisa atmosférica da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) têm se debruçado sobre o assunto, buscando soluções para a questão.
  • O problema é que a Casa Branca estuda eliminar todo o apoio a estes trabalhos.
  • A justificativa seria a mesma utilizada para encerrar o financiamento a diversas pesquisas: corte de gastos e ideologias esquerdistas.
  • Críticos, no entanto, afirmam que esta é mais uma forma de Trump beneficiar o aliado Elon Musk, dono da SpaceX.
  • Lembrando que o empresário é líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e tem sua atuação envolvida em diversas polêmicas.
  • A NOAA e a Starlink não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto.
  • As informações são do The Guardian.
Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

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