Controlar o iPhone com a mente

Empresa desenvolve padrão para dispositivos controlados por sinais neurais e aposta em acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida

Imagem: beeboys / Shutterstock

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A Apple está explorando tecnologias que poderão permitir, em alguns anos, o controle de iPhones, iPads e outros dispositivos por meio de sinais neurais — dispensando toques ou movimentos físicos. As informações são do Wall Street Journal.

Em parceria com a empresa de neurotecnologia Synchron, a gigante de tecnologia trabalha em uma interface cérebro-computador que traduz a atividade cerebral em comandos digitais.

A iniciativa visa ampliar a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, como pacientes com ELA (esclerose lateral amiotrófica) ou lesões graves na medula espinhal.

A tecnologia usa implantes que captam sinais do cérebro e os convertem em comandos para navegar por telas, usando o recurso de acessibilidade “controle por interruptor” já presente nos sistemas da Apple.

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Parceria com a Synchron transforma impulsos cerebrais em comandos digitais; tecnologia ainda está em fase inicial, mas promete inclusão e inovação – Imagem: hanohiki/Shutterstock

Como funciona a tecnologia por trás do controle mental

  • O Stentrode, da Synchron, é implantado em uma veia próxima ao córtex motor do cérebro e possui eletrodos que captam sinais neurais.
  • Os sinais são enviados a um dispositivo Apple, que interpreta os impulsos como seleções de ícones na tela.
  • Um dos primeiros usuários, com ELA, já consegue controlar seu iPhone e até usar o headset Vision Pro apenas com o pensamento.
  • A navegação é mais lenta do que com interfaces tradicionais, e a precisão ainda é limitada — o sistema não simula totalmente o uso de um mouse ou toque.
  • A Apple lançará ainda este ano um padrão aberto para que outros desenvolvedores possam criar soluções compatíveis com essas interfaces neurais.

A tecnologia de implantes cerebrais ainda está nos estágios iniciais. A Neuralink, de Elon Musk, também já implantou seu dispositivo N1, que coleta mais dados por possuir mais eletrodos diretamente inseridos no cérebro, possibilitando um controle mais rápido e preciso.

Lançamento pode ocorrer só em 2030

Estima-se que cerca de 150 mil pessoas nos EUA possam se beneficiar dessas interfaces nos próximos anos. O lançamento comercial das primeiras soluções deve ocorrer por volta de 2030 — ou antes, segundo as empresas envolvidas.

A Apple está posicionando-se para liderar também essa próxima revolução na forma como interagimos com a tecnologia.

iPad, Apple Watch, Air Pods, iPhone e MacBook sobre mesa
Nova geração de implantes permitirá controlar iPhones, iPads e headsets Apple sem usar as mãos (Imagem: Shahid Jamil/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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