Consumo de álcool pode causar demência, revela estudo brasileiro

Grandes quantidades de álcool aumentam o risco de desenvolvimento de um biomarcador associado à doença de Alzheimer

Imagem: L.O.N Dslr Camera/Shutterstock

Compartilhe esta matéria

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que nenhum nível de consumo de álcool é inofensivo. A bebida alcoólica pode causar doenças no fígado, problemas gastrointestinais, doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer. 

Agora, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) aponta que ela também pode ter relação com danos causados ao cérebro. E um destes efeitos potencializa a ocorrência de demência.

Menor proporção de massa cerebral e prejuízos cognitivos

  • No total, foram analisadas 1.781 pessoas com mais de 50 anos no momento da morte.
  • Todos os pacientes foram submetidos a autópsias para procurar sinais de danos cerebrais.
  • Os pesquisadores ainda verificaram o peso cerebral e a altura de cada indivíduo.
  • A conclusão foi que aqueles que consumiram grandes índices de álcool durante a vida apresentaram um risco 41% maior de apresentar emaranhados tau, um biomarcador associado à doença de Alzheimer.
  • Eles também tinham uma proporção menor de massa cerebral e prejuízos nas habilidades cognitivas.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Neurology.
Beber aumenta riscos de desenvolver biomarcador associado à doença de Alzheimer (Imagem: LightField Studios/Shutterstock)

Leia mais

Efeitos do consumo de álcool no cérebro

Segundo os pesquisadores, a pesquisa associou o consumo moderado e pesado de álcool, definido como oito ou mais drinques por semana, à arterioloesclerose hialina e aos emaranhados neurofibrilares tau. Isso ocorreu mesmo em pacientes que já haviam parado de beber no momento da morte.

A equipe explica que a arteriosclerose hialina é uma condição de endurecimento dos vasos sanguíneos que dificulta o suprimento cerebral, pode danificar o cérebro e está ligada ao desenvolvimento de demência vascular. Já os emaranhados neurofibrilares são estruturas proteicas características da doença de Alzheimer.

Tomografia computadorizada de um cérebro humano
Consumo excessivo de álcool pode estar ligado a danos cerebrais (Imagem: Triff/Shutterstock)

Estas conclusões, no entanto, não significam uma certeza de que o álcool é o causador desses problemas. Para isso, são necessários maiores estudos. De qualquer forma, os cientistas envolvidos no trabalho afirmam que a associação entre álcool e danos cerebrais é bastante robusta, podendo ser importante no desenvolvimento de medidas contra a demência. As informações são do Jornal da USP.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Postagem Relacionada

Copyright © 2024 Jornal Vertente

Jornal Vertente
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível ao usuário. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e desempenham funções como reconhecer você quando retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.