O menor país do mundo não está em uma ilha remota nem em meio a florestas isoladas. Na verdade, ele fica no coração de Roma, capital da Itália, e tem apenas 0,44 km² de extensão, e caberia com tranquilidade dentro do Parque do Ibirapuera, em São Paulo (1,58 km²). Trata-se da Cidade do Vaticano, uma cidade-estado soberana que, apesar do tamanho reduzido, exerce influência política, cultural e religiosa em escala global.
Cercado por muros e com acesso livre à famosa Praça de São Pedro, o Vaticano é amplamente conhecido por ser a sede da Igreja Católica e a residência oficial do Papa. Criado oficialmente em 1929, por meio do Tratado de Latrão, firmado entre a Santa Sé e o governo italiano, o Vaticano é reconhecido como um Estado soberano de direito público internacional.
Vaticano tem população pequena, mas presença global
- Além de ser o menor em território, o Vaticano também lidera quando o assunto é menor população.
- Segundo o governo local, cerca de 673 pessoas possuem cidadania vaticana, mas apenas 458 vivem dentro do território.
- Parte significativa dos cidadãos — cerca de 30% — reside em outros países, geralmente por estarem em missões diplomáticas ligadas à Santa Sé.
- O número total de moradores, incluindo pessoas sem cidadania vaticana, chega a 882.
- Entre os residentes estão mais de 100 membros da Guarda Suíça, corporação responsável pela segurança do Papa.
- Um dado curioso é que não há animais de estimação registrados oficialmente no país.
Um país com raízes milenares
A história do Vaticano remonta à Antiguidade. A palavra “Vaticano” originalmente se referia a uma área pantanosa na margem direita do rio Tibre, em Roma, onde ficavam vilas e necrópoles. O local abriga, inclusive, o túmulo de São Pedro, sobre o qual foi construída a Basílica de São Pedro, entre os séculos XVI e XVII — hoje considerada o maior templo religioso do mundo.
Essa ligação com São Pedro fez do Vaticano um dos centros de peregrinação cristã mais importantes do mundo. Essa relevância espiritual se reflete também em seu reconhecimento como Patrimônio Mundial pela Unesco, desde 1984, graças à sua contribuição histórica, artística e religiosa.
Guarda tradicional e símbolo cultural
A Guarda Suíça Pontifícia é um dos ícones mais visuais do Vaticano. Criada em 1506 pelo Papa Júlio II, ela é formada por cidadãos suíços e conhecida por seus uniformes coloridos, com listras vermelhas, azuis e amarelas. O traje, inspirado nas obras do pintor Rafael Sanzio, foi desenhado no início do século 20 pelo comandante Jules Repond.
Hoje, mais de 100 guardas vivem dentro do território vaticano, exercendo funções de segurança e protocolo. Sua presença reforça o caráter singular do país, que une tradição, religiosidade e uma estrutura estatal própria.

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Tesouros artísticos e religiosos
Apesar da área reduzida, o Vaticano reúne algumas das maiores obras-primas da arte ocidental. Entre seus destaques estão os Museus Vaticanos, que abrigam a Capela Sistina (veja ela por dentro em detalhes aqui), famosa pelos afrescos de Michelangelo, e a Biblioteca Apostólica Vaticana, a primeira biblioteca pública da Europa, que preserva documentos raros, moedas e livros históricos.
A bandeira do Vaticano, com fundo amarelo e branco e o símbolo das chaves cruzadas de São Pedro com a Tiara papal, é outro elemento que reforça a identidade do menor país do mundo — pequeno no mapa, mas de grande importância internacional.