Fomos eficazes, mas não tanto

Empresário realizou análise franca sobre seu trabalho à frente da Pasta na administração de Donald Trump, expressando que os resultados ficaram aquém de suas expectativas iniciais

Bilionário pensa que o DOGE poderia ter ter feito mais (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

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Em entrevista concedida ao Axios, o empresário Elon Musk realizou uma análise franca sobre seu trabalho à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) na administração de Donald Trump, expressando que os resultados ficaram aquém de suas expectativas iniciais.

Logo do DOGE à direita; à esquerda, bandeira dos Estados Unidos
Novo órgão criado por Trump vem criando polêmicas (Imagem: Koshiro K/Shutterstock)

Fomos eficazes, mas não tanto quanto eu gostaria. Poderíamos ser mais eficazes, embora tenhamos feito progressos”, declarou o bilionário, reconhecendo que, apesar de economizar US$ 160 bilhões (R$ 908,09 bilhões, na conversão direta) para o governo, o desempenho ainda não atingiu o patamar ideal.

  • Durante a campanha eleitoral, Musk havia prometido economizar US$ 2 trilhões (R$ 11,35 trilhões) em gastos federais, meta posteriormente ajustada para US$ 1 trilhão (R$ 5,67 trilhões);
  • Mesmo reduzindo o objetivo, o empresário admite as dificuldades: “É possível fazer isso, mas é um longo caminho a percorrer e realmente muito difícil“;
  • Segundo o próprio Musk, a equipe do DOGE conseguiu manter “taxa de economia por dia muito boa“, aproximadamente US$ 1,6 bilhão (R$ 9,08 bilhões) diários durante os primeiros 100 dias, totalizando os US$ 160 bilhões (R$ 908,09 bilhões) economizados;
  • O bilionário destacou que alcançar as economias prometidas depende essencialmente da disposição do governo e do Congresso em enfrentar oposições. “Isso pode ser feito, mas exige lidar com muitas reclamações“, observou;
  • Existe inércia considerável no governo. Não é fácil. É uma maneira de fazer muitos inimigos e poucos amigos“, acrescentou, questionando se “existe vontade política suficiente no Congresso e em outros lugares para realmente fazer isso”.

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Retorno de Musk ao seu lado empresarial

Paralelamente aos desafios governamentais, a Tesla, empresa de veículos elétricos de Musk, registrou queda de 71% nos lucros do primeiro trimestre de 2025, acompanhada de redução de 9% na receita e 13% nas vendas comparadas ao mesmo período do ano anterior.

Diante desse cenário, Musk anunciou que reduzirá sua participação no governo: “A partir do mês que vem, dedicarei muito mais tempo à Tesla, agora que o trabalho principal de estabelecer o Departamento de Eficiência Governamental foi concluído.”

Em comunicado aos acionistas, a Tesla atribuiu parte dos resultados negativos à “rápida evolução da política comercial” e às mudanças no “sentimento político”, fatores que, segundo a empresa, “podem ter impacto significativo na demanda por nossos produtos no curto prazo.”

Na quarta-feira (30), o The Wall Street Journal afirmou que a diretoria e os investidores da Tesla estão buscando um novo CEO para substituir Musk. A empresa negou a informação.

Elon Musk
Musk pretende dar mais atenção à Tesla (Imagem: Kathy Hutchins/Shutterstock)


Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.


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