Nesta quarta-feira (30), a Meta registrou receita no primeiro trimestre de 2025 que superou significativamente, as estimativas de Wall Street, alcançando US$ 42,3 bilhões (R$ 239,93 bilhões, na conversão direta) frente aos US$ 41,4 bilhões (R$ 234,82 bilhões) esperados pelos analistas.
Este desempenho financeiro positivo indica que o negócio de publicidade da empresa está resistindo com sucesso às pressões da guerra comercial do governo Donald Trump.
As ações da empresa responderam positivamente ao anúncio, subindo até 5,6% nas negociações após o fechamento do mercado, recuperando parte das perdas acumuladas no ano, segundo informações da CNBC.
Antes da divulgação dos resultados, as ações da Meta apresentavam queda de mais de 6% em 2025, ainda assim com desempenho superior ao de outras grandes empresas de tecnologia dos EUA.
O lucro por ação também superou as expectativas, atingindo US$ 6,43 (R$ 36,47) contra os US$ 5,28 (R$ 29,95) previstos por analistas consultados pela LSEG. A receita publicitária, que representa 98% do faturamento da empresa, alcançou US$ 41,39 bilhões (R$ 234,77 bilhões), superando as projeções de US$ 40,44 bilhões (R$ 229,38 bilhões).
“Nossos negócios também estão apresentando desempenho muito bom e acredito que estamos bem posicionados para navegar pela incerteza macroeconômica”, disse Mark Zuckerberg, CEO da Meta, a analistas, em teleconferência sobre resultados.
- Para o segundo trimestre, a Meta projeta vendas entre US$ 42,5 bilhões (R$ 241,06 bilhões) e US$ 45,5 bilhões (R$ 258,08 bilhões), faixa que engloba a expectativa dos analistas de US$ 44,03 bilhões (R$ 251,27 bilhões);
- A empresa também anunciou redução na previsão de despesas totais para 2025, que agora devem ficar entre US$ 113 bilhões (R$ 640,95 bilhões) e US$ 118 bilhões (R$ 669,31 bilhões), abaixo da estimativa anterior;
- Em contrapartida, a Meta aumentou suas projeções de gastos de capital para 2025, que, agora, devem ficar entre US$ 64 bilhões (R$ 363,02 bilhões) e US$ 72 bilhões (R$ 408,39 bilhões), acima da previsão anterior de US$ 60 bilhões (R$ 340,33 bilhões) a US$ 65 bilhões (R$ 368,69 bilhões);
- Este aumento reflete investimentos adicionais em centros de dados para suportar as iniciativas de inteligência artificial da empresa.
“Esta perspectiva atualizada reflete investimentos adicionais em data centers para apoiar nossos esforços de inteligência artificial [IA], bem como um aumento no custo esperado de hardware de infraestrutura”, afirmou a empresa no comunicado informando os resultados.
A divisão Reality Labs, responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de realidade virtual (RV) e aumentada (RA), continua a gerar perdas significativas.
No primeiro trimestre, a unidade registrou prejuízo operacional de US$ 4,2 bilhões (R$ 23,82 bilhões), com receitas de apenas US$ 412 milhões (R$ 2,33 bilhões).
As perdas acumuladas da Reality Labs já ultrapassam US$ 60 bilhões (R$ 340,33 bilhões) desde o final de 2020, levantando questionamentos em Wall Street sobre os altos investimentos da empresa no metaverso.
Recentemente, a Meta realizou demissões em número não especificado na unidade Oculus Studios, que cria jogos e conteúdos de RV e RA. Segundo a empresa, estas mudanças visam “ajudar os estúdios a trabalhar com mais eficiência em experiências futuras de realidade mista”.
A Meta também alertou que uma recente decisão da Comissão Europeia, que considerou o serviço de assinatura sem anúncios da empresa para usuários europeus em não conformidade com regulamentos locais, poderá resultar em “experiência de usuário materialmente pior” e causar “impacto significativo” nos negócios e receitas da empresa na Europa já a partir do terceiro trimestre.
A base de usuários da empresa continua a crescer, com 3,43 bilhões de pessoas ativas diariamente no primeiro trimestre, superando as estimativas dos analistas de 3,39 bilhões.
O serviço de microblog Threads da Meta alcançou 350 milhões de usuários mensais, representando crescimento em relação aos 320 milhões registrados em janeiro, conforme anunciado por Mark Zuckerberg.
Na semana passada, a Meta informou que todos os “anunciantes elegíveis globalmente” poderão veicular publicidade no Threads. Contudo, a diretora financeira Susan Li esclareceu, nesta quarta-feira (30) que a empresa não espera que os anúncios no Threads impulsionem significativamente o crescimento da receita em 2025.
O assistente digital Meta AI atingiu a marca de quase um bilhão de usuários mensais, segundo Zuckerberg, aumento considerável em comparação aos 700 milhões registrados em janeiro. Na terça-feira (29), a empresa lançou aplicativo independente do Meta AI.
Durante a teleconferência de resultados, Susan Li destacou que o WhatsApp continua sendo a principal plataforma pela qual os usuários acessam o Meta AI dentro do conjunto de aplicativos da empresa.
Zuckerberg compartilhou sua visão para o Meta AI como um espaço potencial para exibição de anúncios e oferta de versão premium paga. No entanto, enfatizou que a empresa concentrará seus esforços no desenvolvimento do produto pelo menos durante o próximo ano antes de iniciar sua monetização.
Quadro de funcionários e publicidade em outros continentes
A Meta informou que seu quadro de funcionários totalizava 76.834 pessoas em 31 de março, o que representa aumento de 11% em comparação ao ano anterior. Em fevereiro, a empresa demitiu 5% de sua força de trabalho, identificados como colaboradores de menor desempenho.
No primeiro trimestre, a empresa registrou vendas publicitárias de US$ 8,22 bilhões (R$ 46,62 bilhões) provenientes da região Ásia-Pacífico, ficando abaixo das expectativas dos analistas, que previam US$ 8,42 (R$ 47,75 bilhões) bilhões em vendas publicitárias nesta região para o período.
Matéria em atualização