IA está próxima de atingir o raciocínio de nível humano?

Apesar dos avanços, modelos de IA ainda falham em criar modelos mentais reais — e isso pode frear sua evolução

IA pde ter raciocínio humano? (Imagem: Yuichiro Chino/Shutterstock)

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Apesar do otimismo de líderes da OpenAI, Anthropic e Google, cresce o número de especialistas que duvidam que a inteligência artificial (IA) esteja próxima de atingir a inteligência de nível humano, como mostra o The Wall Street Journal.

Pesquisadores apontam que os modelos atuais de IA não raciocinam como humanos, mas operam a partir de enormes conjuntos de regras práticas, sem construir verdadeiros “modelos de mundo” que envolvam causa e efeito.

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Novos estudos mostram que as IAs estão mais para máquinas de improvisação do que para cérebros pensantes (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Novas pesquisas em interpretabilidade de IA sugerem que os modelos atuais agem como “sacos de heurísticas” – grandes coleções de atalhos para resolver problemas, em vez de raciocinar de maneira flexível como seres humanos.

O que os estudos mostraram

  • Mapas distorcidos: pesquisas mostraram que modelos de IA treinados para gerar rotas urbanas, como em Manhattan (EUA), criam mapas incoerentes, mas, ainda assim, conseguem orientar usuários com alta precisão;
  • Erros matemáticos: grandes modelos de linguagem aplicam diferentes regras dependendo da faixa de números, uma abordagem ineficiente e não generalizada;
  • Falta de adaptação: pequenas mudanças no ambiente, como bloquear 1% das ruas virtuais, resultam em quedas bruscas de desempenho dos sistemas.

Esses resultados sugerem que, ao invés de compreender contextos ou adaptar-se a novas situações, as IAs atuais apenas memorizam soluções específicas.

Leia mais:

Limitações e futuro da IA

As limitações estruturais dos modelos explicam a necessidade de grandes volumes de dados e processamento, além da dificuldade de superar certos limites de desempenho.

Isso também pode indicar uma estagnação no avanço da capacidade das IAs atuais, apesar das previsões otimistas que têm sido feitas há décadas.

Mesmo que a tão esperada inteligência artificial geral (IAG) ainda esteja distante, o trabalho em entender essas limitações promete impulsionar o desenvolvimento de sistemas mais confiáveis e eficientes no futuro.

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A inteligência artificial atual é feita de atalhos e truques, e não de verdadeiro raciocínio (Imagem: Antonio Marca/Shutterstock)


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.


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