HDMI pode estar com os dias contados; conheça o padrão GPMI

Novo padrão GPMI, criado na China, oferece até 192 Gbps e 480W, podendo substituir o HDMI com mais velocidade e integração entre dispositivos

(Imagem: guys_who_shoot / Shutterstock.com)

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Um novo padrão de conexão pode estar prestes a mudar a forma como transmitimos áudio e vídeo entre dispositivos. De acordo com relatos publicados na China, o tradicional HDMI estaria com os dias contados, e o seu possível sucessor atende pelo nome de GPMI.

A sigla ainda é pouco conhecida, mas começa a chamar atenção por suas especificações técnicas promissoras. Desenvolvido por uma aliança chinesa da indústria de vídeo 8K, o GPMI (General Purpose Media Interface) oferece velocidades de transferência de até 192 Gbps e entrega de até 480 watts de energia — o dobro do desempenho esperado da próxima versão do HDMI.

Como o HDMI dominou o mercado

Lançado em 2002, o HDMI (High-Definition Multimedia Interface) se consolidou como padrão ao oferecer uma solução unificada para transmissão de áudio e vídeo digitais. Antes disso, o padrão mais comum era o DVI, que transmitia apenas vídeo. Com o HDMI, os usuários passaram a contar com uma única conexão para som e imagem, além de suporte a controles integrados entre dispositivos e proteção contra cópias digitais, algo essencial para a indústria do entretenimento.

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Padrão HDMI pode ser substituído por tecnologia de conexão chinesa superior (Imagem: Paul Umowski / Shutterstock.com)

Além da praticidade, o HDMI teve amplo apoio da cadeia de eletrônicos de consumo, de fabricantes a estúdios de conteúdo. Mas nem tudo era perfeito: o conector é proprietário, exigindo licenciamento para uso. E com a demanda crescente por resoluções e taxas de atualização mais altas, os limites técnicos do HDMI começam a preocupar.

O que é o GPMI?

  • Apresentado pela Shenzhen 8K UHD Video Industry Cooperation Alliance, o GPMI surge como alternativa mais potente.
  • Segundo informações divulgadas pelo site HKEPC, ele já teria sido aprovado pela USB Association, o que sugere compatibilidade com dispositivos já existentes.
  • Gigantes chinesas como Huawei, Hisense e TCL apoiam o padrão.
  • O GPMI terá dois tipos de conectores: um baseado em USB-C, com capacidade equivalente ao HDMI 2.2 (96 Gbps), e um novo conector proprietário chamado “Type-B”, com os 192 Gbps de transferência e 480 W de fornecimento de energia.
  • Ainda não se sabe por que a versão USB-C tem desempenho limitado, mas especula-se que isso possa envolver questões técnicas ou estratégicas de mercado.
  • Além da alta taxa de transmissão, o GPMI promete integrar dados, energia, rede e controle em uma única interface, com suporte a tecnologias como rede em cadeia (daisy chain) e comunicação bidirecional entre dispositivos.
  • Outra vantagem é a proposta de não ser um padrão proprietário, o que pode reduzir custos para fabricantes.
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Padrão GPMI se apresenta como alternativa ao popular HDMI (Imagem: Shenzhen 8K UHD Video Industry Cooperation Alliance)

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Quando o GPMI deve chegar ao mercado?

Apesar do anúncio, o GPMI ainda está restrito ao mercado chinês, e nenhum grande fabricante ocidental, como LG, Samsung ou Sony, demonstrou apoio ao novo padrão. Essas empresas respondem por metade do mercado global de TVs, o que pode dificultar a adoção em larga escala fora da China.

Projeções indicam que os primeiros protótipos comerciais devem aparecer ainda este ano, mas nenhum produto final foi oficialmente revelado. O histórico do HDMI mostra que novas tecnologias podem levar até dois anos para chegar ao consumidor, o que sugere que o GPMI não será uma realidade imediata.

Por enquanto, os padrões atuais — HDMI e USB-C — continuam atendendo bem às necessidades da maioria dos usuários. O GPMI pode representar um avanço técnico importante, mas ainda está longe de justificar uma troca completa dos equipamentos já existentes.


Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)


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Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.


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