Nesta terça-feira (29), às 10h37 (pelo horário de Brasília), a empresa Firefly Aerospace, dos EUA, realizou o sexto lançamento do foguete Alpha, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, em meio a uma densa neblina. No entanto, o voo não saiu como planejado: após a separação dos estágios, o segundo módulo apresentou um comportamento anormal.
Pouco depois da separação, o segundo estágio pareceu cair ou desviar da rota, mas tentou se corrigir. A Firefly confirmou que houve um impacto no bico do motor do módulo durante a separação. Esse dano comprometeu a trajetória do foguete, que acabou entrando em uma órbita mais baixa do que a prevista inicialmente.
Our Alpha #FLTA006 launch this weekend is being delayed due to a Range constraint at Vandenberg. The rocket and payload remain healthy and ready for launch. We’re now working with the Range team to determine the next window. Stay tuned for more updates.
photo credit:… pic.twitter.com/jRWS0bORQx
— Firefly Aerospace (@Firefly_Space) March 14, 2025
O lançamento fazia parte da missão “Message in a Booster”, que tinha como objetivo levar ao espaço um satélite experimental chamado LM 400. O satélite foi desenvolvido pela Lockheed Martin e deveria ser colocado na órbita baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês). A missão busca testar um novo modelo de satélite que pode ser usado em diferentes aplicações.
De acordo com um comunicado da Firefly, está sendo conduzida uma investigação para entender exatamente o que causou a falha. A empresa está trabalhando em conjunto com a Lockheed Martin, a Força Espacial dos EUA e a Administração Federal de Aviação (FAA). O objetivo é garantir que futuros lançamentos não enfrentem o mesmo problema.
O lançamento desta terça-feira era o primeiro de até 25 previstos dentro de um contrato assinado entre a Firefly e a Lockheed Martin. Ao longo de cinco anos, a Firefly deve realizar diversas missões para levar cargas úteis ao espaço, como satélites de comunicação, observação e uso militar ou civil.
Leia mais:
Foguete Alpha já passou por falhas anteriores
O satélite LM 400, usado nesta missão, é uma plataforma versátil desenvolvida para mostrar a capacidade da Lockheed Martin de oferecer um “barramento” – estrutura básica – que pode ser adaptado para diferentes missões. Ele pode abrigar sensores de radar, câmeras, antenas de comunicação e outros equipamentos, operando em variadas órbitas ao redor da Terra.
O foguete Alpha, usado nesse lançamento, tem dois estágios e mede quase 30 metros de altura. Ele é capaz de transportar até 1.030 kg de carga útil para a órbita baixa. Apesar de ser um modelo relativamente novo, o Alpha já passou por falhas anteriores. Em dezembro de 2023, por exemplo, uma carga foi entregue na órbita errada.
Mesmo assim, a Firefly tem conseguido avançar no setor espacial. Em março deste ano, a empresa conseguiu pousar com sucesso o módulo lunar Blue Ghost na superfície da Lua.