Empresas estariam vendendo dados cerebrais de usuários; entenda

Senadores dos EUA defendem a criação de regras mais rígidas sobre o compartilhamento de dados por companhias do setor de neurotecnologia

Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock

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A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos recebeu uma denúncia de que empresas estariam coletando e vendendo dados cerebrais. Estas informações são consideradas privadas e extremamente sensíveis.

Três senadores democratas pediram que a entidade inicie uma investigação sobre o caso. Eles ainda defendem a criação de regras mais rígidas sobre o compartilhamento de dados por companhias do setor de neurotecnologia.

Dados podem ser coletados facilmente por alguns dispositivos

  • Segundo a carta enviada pelos senadores, ao contrário de outras informações pessoais, os dados neurais podem revelar condições de saúde mental, estados emocionais e padrões cognitivos.
  • Por conta disso, eles devem ser protegidos a todo o custo.
  • É importante destacar que estas informações podem ser coletadas sem a necessidade de implantes cerebrais ou outros dispositivos invasivos instalados no cérebro dos pacientes.
  • Atualmente, existem produtos como fones de ouvido e aplicativos de realidade virtual que podem usar dados neurológicos dos usuários.
  • O problema é que eles não são categorizados como dispositivos médicos, o que não impede que as empresas compartilhem ou vendam essas informações, segundo a The Verge.
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Dados cerebrais estariam sendo coletados e vendidos por empresas (Imagem: NicoElNino/Shutterstock)

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Relatório aponta que empresas não protegem dados cerebrais dos usuários

A denúncia feita pelos senadores democratas usou como base um relatório de 2024 da Neurorights Foundation. Este documento aponta que a maioria das empresas de neurotecnologia não protege os dados do usuário e ainda compartilha estas informações confidenciais com terceiros.

Este trabalho analisou as políticas de dados de 30 empresas dos EUA e descobriu que todas, exceto uma, “parecem ter acesso” aos dados neurais dos usuários “e não fornecem limitações significativas a esse acesso”. Foram incluídas apenas empresas cujos produtos estão disponíveis para os consumidores sem a ajuda de um profissional médico. Implantes como os feitos pela Neuralink não estavam entre eles.

Representação de um cérebro humano pairando sobre um par de mãos
Senadores defendem que informações sejam sigilosas (Imagem: Anucha Tiemsom/Shutterstock)

A conclusão do relatório é que estas empresas permitem a venda dos dados neurais sem maiores dificuldades. Além disso, menos da metade destas companhias possibilita que os consumidores revoguem o consentimento para o processamento de dados e solicitem a exclusão deles.

Por conta disso, os parlamentares pedem que sejam criadas normas que obriguem as empresas a relatar o tratamento de dados, práticas comerciais e o acesso deles por terceiros, além de esclarecer como os padrões de privacidade existentes se aplicam aos dados neurais.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


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