Mudança de planos? Google Chrome não vai mais banir cookies de terceiros

Cinco anos após prometer extinguir os cookies de terceiros do popular navegador Chrome, o Google anunciou uma mudança de estratégia nesta terça-feira (22).

Os cookies de terceiros, ferramentas cruciais para a indústria da publicidade digital, funcionam como rastreadores que acompanham a navegação dos internautas, compilando dados sobre seus hábitos e preferências para a entrega de anúncios personalizados.

Fim dos cookies de terceiros é promessa antiga

Desde 2022, o Google vinha acenando com a transição para um sistema menos invasivo, apelidado de Privacy Sandbox, que buscaria identificar os interesses dos usuários sem a necessidade de armazenar seu histórico de navegação detalhado.

O compromisso inicial de bloquear esses cookies foi firmado em janeiro de 2020, gerando expectativas e apreensão no setor. No entanto, a implementação dessa medida sofreu múltiplos adiamentos ao longo dos anos.

Em julho de 2024, a empresa já sinalizava uma possível mudança de rumo, indicando que, embora não impedisse os cookies por padrão, deixaria a opção de desativação nas mãos dos usuários.

MacBook Pro com logotipo do Google Chrome na tela
Compromisso de bloquear esses cookies foi firmado pelo Google em janeiro de 2020. (Imagem: mindea/Shutterstock)

O anúncio oficial da manutenção da política atual foi feito por Anthony Chavez, vice-presidente da Privacy Sandbox do Google. Em uma publicação no blog da empresa, o executivo destacou a complexidade do cenário e apontou para a rápida evolução tecnológica, com a sofisticação da inteligência artificial abrindo novas portas para a proteção de dados pessoais dos usuários que optarem por não compartilhar suas informações.

Adicionalmente, Chavez ressaltou que o ambiente regulatório global passou por transformações significativas, influenciando a decisão da empresa. “Por todos esses motivos, decidimos manter nossa abordagem atual para os cookies de terceiros no Chrome”, concluiu.

Google enfrenta acusações de monopólio

A decisão do Google surge em um momento delicado para a companhia, que recentemente foi alvo de um duro golpe nos tribunais dos Estados Unidos. Uma juíza federal determinou que o gigante das buscas detém um monopólio no mercado da publicidade digital, implementando práticas anticompetitivas para consolidar seu domínio.

Essa decisão judicial representa uma ameaça para as operações da empresa e intensifica o controle regulatório em torno de suas práticas de coleta e uso de dados.

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A alegação de que novas tecnologias justificam a mudança de postura pode não ser suficiente para acalmar as críticas de defensores da privacidade e concorrentes que acusam a empresa de usar seu poder de mercado para manter um sistema que lhe confere vantagens na publicidade online.


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