Dividir o Google só ajuda a China, diz empresa em defesa

Google afirma que proposta dos EUA para dividir a empresa prejudica a inovação, afeta a segurança nacional e favorece a China

(Imagem: fn.artworks / Shutterstock.com)

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O Google voltou ao tribunal nesta segunda-feira (21) para a fase de definição das punições após ter sido condenado por monopólio no mercado de buscas online. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos propôs medidas como a separação do navegador Chrome e a abertura dos dados de busca da empresa para concorrentes.

Em resposta, o Google passou a adotar um discurso centrado em segurança nacional e liderança tecnológica, defendendo que a fragmentação da empresa enfraqueceria a posição dos Estados Unidos na corrida global contra a China.

Google argumenta que forçar a venda do Chrome pode prejudicar a competição dos Estados Unidos frente à China (Imagem: OnePixelStudio / Shutterstock.com)

A companhia afirma que as propostas do governo colocam em risco a inovação americana justamente em um momento decisivo para o avanço da inteligência artificial. Em publicação oficial, o Google mencionou a chinesa DeepSeek como uma das concorrentes emergentes no setor e alertou que interferências regulatórias desse porte “conteriam o desenvolvimento da IA” no país.

Google argumenta que está na linha de frente da inovação

De acordo com Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, a proposta do Departamento de Justiça levaria à criação de um comitê governamental para supervisionar o design e a evolução dos produtos da empresa. “Isso atrasaria a inovação americana em um ponto crítico. Estamos em uma corrida global acirrada com a China pela próxima geração de liderança tecnológica, e o Google está na linha de frente das empresas americanas que estão realizando descobertas científicas e tecnológicas”, escreveu.

A companhia também afirma que obrigar o compartilhamento de dados de busca — como termos digitados, cliques e resultados — não apenas geraria riscos à cibersegurança, como também aumentaria os custos de dispositivos para os consumidores. O navegador Chrome, alvo central da proposta de separação, é defendido como uma ferramenta aberta que serve de base para outros navegadores e garante liberdade de acesso à internet.

Imagem para ilustrar tutorial acerca do Google Chrome
Departamento de Justiça dos Estados Unidos quer a venda do Google Chrome (Imagem: 2lttgamingroom / Shutterstock.com)

Julgamento continua até maio

  • A atual fase do processo tem duração prevista de três semanas e vai até o dia 9 de maio.
  • O foco é definir quais serão as consequências práticas da decisão judicial anunciada em agosto de 2024, quando o Google foi considerado culpado por manter práticas monopolistas nas buscas online.
  • O juiz Amit Mehta, responsável pelo caso, deve emitir sua decisão sobre as penalidades em agosto deste ano. A empresa já sinalizou que pretende recorrer da sentença.
  • O Google também tenta equilibrar seu posicionamento: busca mostrar que é essencial para a inovação norte-americana, sem dar margem à interpretação de que impede a concorrência.
  • Parte da defesa deve destacar o papel da empresa na evolução da IA, incluindo a pesquisa “Transformers”, que serviu de base técnica para ferramentas como ChatGPT, Perplexity e Anthropic.

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Concorrência defende mais opções ao usuário

Enquanto o Departamento de Justiça alega que os acordos comerciais do Google ainda reforçam seu monopólio, empresas concorrentes defendem maior liberdade de escolha para os usuários. A Perplexity, por exemplo, afirmou em comunicado que o ideal seria permitir que fabricantes de smartphones possam oferecer diferentes mecanismos de busca aos clientes, sem receio de sanções financeiras ou restrições de acesso.

“Os consumidores merecem os melhores produtos, não apenas os que pagam mais por espaço”, declarou a empresa, argumentando que a diversidade de opções deve ser o principal critério para definir os vencedores no mercado de buscas online.


Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)


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Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.


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