Esse foi o dia mais chato da história

O dia 11 de abril de 1954 é frequentemente chamado de “o dia mais chato da história”. Mas como se chegou a essa conclusão?

Ilustração de como teria sido o dia mais chato da história (Imagem: Olhar Digital)

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Você já deve ter tido um dia chato, monótono, em que nada de importante ou interessante aconteceu. Mas sabia que o mundo pode ter tido um dia assim? E nem faz tanto tempo. O dia 11 de abril de 1954 é frequentemente citado como o “dia mais chato da história“. Mas será que é verdade? Vem que eu te explico.

Essa classificação surgiu a partir de uma análise feita pelo cientista da computação britânico William Tunstall-Pedoe. Ele criou um algoritmo chamado “True Knowledge” (posteriormente integrado à Alexa) para avaliar a importância relativa de eventos históricos.

Segundo o algoritmo, nada de significativo ou notável aconteceu nessa data:

  • Não houve grandes nascimentos, mortes ou eventos políticos relevantes.
  • Nenhum acontecimento esportivo, cultural ou científico marcante foi registrado.
  • Até mesmo os jornais da época não destacaram eventos importantes nesse dia.
Calendário antigo (Imagem: Hadrian/Shutterstock)

Como o algoritmo funcionava?

O sistema desenvolvido por Tunstall-Pedoe analisava a importância histórica de datas por meio de inteligência artificial, coletando e processando informações de diversas fontes digitais, como enciclopédias, arquivos de jornais e registros governamentais.

Esses dados eram organizados em um banco de dados estruturado, que estabelecia conexões entre eventos, datas e personalidades históricas. O sistema atribuía uma pontuação a cada evento com base em critérios como:

  • Número de fontes que o mencionavam;
  • Alcance geográfico;
  • Relevância das pessoas envolvidas;
  • Impacto a longo prazo.

Então, foi realmente o dia mais chato da história?
É óbvio que, para alguém, algo importante deve ter acontecido naquele dia. Mas, em escala global, nenhum evento de grande destaque foi registrado. A classificação é baseada nos critérios específicos do algoritmo, que prioriza fatos amplamente documentados e impactantes.

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Além disso, o algoritmo dependia dos dados disponíveis em fontes digitais, principalmente ocidentais. Portanto, eventos locais ou menos documentados podem ter escapado da análise.

Por isso, trata-se mais de uma curiosidade estatística do que de uma afirmação absoluta. O próprio Tunstall-Pedoe admitiu que, se algum fato relevante for descoberto sobre essa data no futuro, o título terá de ser revisto.


Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.


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